quinta-feira, 6 de junho de 2013


Nós professores das Cidades deArujá e Jacareí,Adriana Martins das Neves,Ana Flávia de Souza,Ana Luisa Bruni,Angela Estela Piva,Benedita Aparecida S.Milagres,participantes do Curso Melhor Gestão,Melhor Ensino,criamos o Blog Caminhos Novos no intuito de trocar e aprimorar nossa Prática de Leitura e Escrita. 

Experiência de Leitura e Escrita  

É um prazer poder partilhar este momento com vocês!  Moro em Jacareí e este ano estou lecionando na Escola Professora Darci Lopes.                                                                                             Professora Adriana Martins das Neves

Na minha casa não tínhamos livros ou revistas, na época éramos em 13 filhos; alguns já casados outros trabalhavam, minha mãe, apesar de muito inteligente, não tinha tempo de me acompanhar nas tarefas escolares. Com seis anos de diferença a mais de idade, minha irmã, detestava estudar, logo não se interessava em me ajudar. Recordo-me que na 1ª série copiava corretamente, minha letra era linda, caderno organizado, porém não sabia ler. Nas primeiras semanas de aula, me sentava na 1ª carteira, porém, após a chamada, minha querida professora me deslocava para a última carteira e lá com o reflexo do sol  batendo na lousa, me impedia de enxergar a escrita, pedia então para que me trocasse de lugar, a resposta era sempre negativa. Resultado: um ser rejeitado, desprezado, pobre... fui reprovada.
No ano seguinte caí com a mesma professora, aliás, não tinha como escapar, pois naquela escola ela era a única professora de 1ª série; escola pequena de bairro.  Então, certo dia ela faltou e não tinha quem a substituísse. Com isso, a diretora resolveu pedir para algumas alunas da 7ª série que estavam na quadra, que fizessem o favor de ficar conosco e as orientou que usassem o livro didático para treinarmos a leitura. Algumas ficaram com dois, outras com três alunos. Bem, aquele com certeza foi meu dia de sorte! Quando ela abriu o livro, meu estômago gelou por medo e insegurança, meus olhos já estavam com lágrimas; então olhei pra ela e disse: ”Pelo amor de Deus me ensina a ler?!” E carinhosamente, apontou o dedo para cada letra e em seguida uniu-as em sílabas, fazendo com que eu entendesse que era a partir desta união que surgiam as palavras, e foi assim que aprendi a ler. Depois disso, todo o dia após chegar da escola pegava o livro didático de português e treinava através deste método. E a partir daí, tudo começou a ter sentido no que eu copiava.
 Hoje, meu foco principal antes do desenvolvimento da escrita é a leitura. Ao realizarem a leitura, alguns alunos não respeitam as pontuações, às vezes aparecem palavras as quais têm dificuldade de pronunciar, já outros deslizam com leveza, sem dificuldades; porém, o importante, seja como for, é o entendimento, o sentido, o significado, que dão ao assunto abordado, pois em todas as leituras seja ela silenciosa, coletiva, antes, durante ou após a realização da mesma, sempre tem que existir a interação entre alunos-professor. “A leitura é essencial na vida do ser humano, pois ela nos transforma, assim como cita o psicanalista, educador, escritor e teólogo Rubem Alves”. Eu mesmo sou o que sou pelos escritores que devorei... E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores”
 Mundo da Educação
Olá pessoal! Estou na rede estadual de ensino há mais de dez anos ,aqui mesmo em Arujá,onde moro,Gosto muito da minha profissão e a considero muito desafiadora. Costumo ler livros ,assistir filmes,amo ir ao cinema com meu filho Raul pois adoro estar com minha família.. Prof. Ana Flávia de Souza


Eu tenho o hábito de escrever.Escrevo é claro,por prazer pessoal.Gosto especialmente de ler e escrever crônicas divertidas e levemente críticas. E confesso que já pensei seriamente em escrever um livro só de crônicas...Mas ,ainda é um projeto apenas guardado no pensamento. E´ realmente um prazer recordar as obras responsáveis por despertar em mim,o doce e bom gosto pela leitura,semper tive uma predileção pelos contos de fadas. Mas,as obras inesquecíveis da minha vida enquanto leitora são:         "Uma casinha na campina" de Laura Wilder e "De repente dá certo" de Ruth Rocha. Ah! que belos tempos me reportam esses livros...O primeiro, eu li na companhia da minha irmã ,a Claudinha. Na época eu tinha 8 anos e ela 9. Nós nos revezávamos na leitura .        Era um livro espesso,o qual narrava a história de uma família nômade. Com certeza, por esta razão ,o livro ficou para sempre em nossas memórias e coração...., a cada mudança, uma nova aventura. Lembro-me que minha mãe adorava nos ouvir recontar as histórias que líamos e isto gerou até uma saudável competição entre nós ,para ver quem conseguia ler mais livros, Acho que isso explica o fato de sermos leitoras assíduas.Já o gosto pela escrita,começou como os relatos ,os quais ,diariamente,eu registrava em meu pequeno diário. Mais tarde, esse gosto se afirmou através da prática de minha mãezinha em ditar assuntos para as cartas, as quais, frequentemente,ela enviava para suas amigas e parentes distantes.


Iniciei na  Rede Pública de Ensino  do Estado de São Paulo em 1987.  Moro em Jacareí . Leciono na Escola Antonio José de Siqueira. Gosto do novo, necessito aprender sempre.     Prof.Ana Luisa Bruni

Ler sempre:Na alegria,na tristeza,na saúde ou na doença.

Confesso que nunca havia pensado sobre a questão de : como aprendi a ler ou qual foi a primeira palavra que consegui formar , muito menos o primeiro livro que li. Tenho em mente muitas lembranças que se misturam.Uma bem linda...Pátio do Grupo Escolar Coronel Carlos Porto.Um palco ou talvez apenas um elevado, mas era algo que colocava em evidência aquelas crianças que tinham aprendido a ler e liam com desenvoltura. Não sei precisar se uma semana antes ou apenas um dia, mas o diretor passava pelas salas e seguindo a lista da chamada ,cada aluno era colocado a prova e lia o trecho escolhido por ele. Após a leitura  éramos convocados ou não para o dia oficial da entrega do primeiro livro. Importante não? Era com orgulho que chegávamos em casa convocados para o dia tão especial.  

Um dia de cerimônia com direito a Hino Nacional, uniforme impecável, apresentações feitas pelas classes mais avançadas, discurso do diretor, depois o professor, então, cantávamos o Hino da escola: Salve o Grupo Escolar Carlos Porto ,salve o templo de amor e de luz,salve o nosso grandioso patrono que nas fendas do bem nos conduz ...E com toda pompa e circunstância recebíamos o tão esperado livro. O meu, A turma da Belinha.Que cheiro bom,cheiro de vitória,cheiro de importância. Cheirinho de aventura. Queria ler logo e mostrar para minha mãe."Muitooo legal"(sic)...Lembro também de um momento de leitura de gibis.

Meus irmãos mais velhos fazendo suas coisas e ouvindo minha leitura, tinha que ser em voz alta. Minha mãe gostava de ler e lia de tudo um pouco,incluindo as famosas  fotonovelas. Meu nome fora tirado de uma história dessas: amor ,romance...Acho legal saber disso! Lembro-me da história de Luis Jardim:" Meu pé de laranja lima" ,Todas as aventuras do Sítio do Pica-pau Amarelo, ( montamos certa vez , no quintal de casa a cena do circo que visita o Sítio do Pica-pau ). Amei ler A ilha perdida, Robson Cruzoé  e muios outros, tão lindos como as brincadeiras de criança.Cá entre nós, até hoje amo livros infantis,com bastante aventura. Não tive infância? Não,acredito que tive boa referência leitora que me ajuda  até hoje,pois consigo transparecer para meus alunos o gosto por algo deslumbrante.Ver que cada palavra tecida em outra palavra e a outra e a outra e outra,cria um mundo ,recria sentimentos e nutre a alma.